A insônia é um distúrbio de sono caracterizado pela dificuldade persistente em iniciar o sono, mantê-lo ou ter um sono de qualidade, mesmo com tempo e ambiente adequados. Quando essa dificuldade ocorre pelo menos três vezes por semana, por um período mínimo de três meses, configura-se a insônia crônica.
Este não é um problema raro. Dados da Associação Brasileira do Sono (ABS) indicam que cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia, tornando-a um problema de saúde pública que exige atenção séria.
Qual a relação entre a insônia e a saúde mental?
A insônia raramente é um problema isolado. Na maioria dos casos, ela está intimamente ligada ao seu estado mental, estabelecendo um perigoso ciclo vicioso.
Quando a mente está acelerada por preocupações, estresse ou ansiedade, o organismo libera hormônios de alerta, como o cortisol e a adrenalina. Esses hormônios mantêm o sistema nervoso ativo, impedindo o relaxamento necessário para “desligar” e iniciar o sono. Assim, a pessoa fica presa no estado de hipervigilância.
No entanto, a privação crônica do sono prejudica as funções cerebrais e a capacidade de regulação emocional. A falta de sono reparador também amplifica a irritabilidade, reduz a capacidade de lidar com o estresse e é um fator de risco significativo para o desenvolvimento ou agravamento de quadros de depressão e transtornos de ansiedade.
Existem outras causas para a insônia?
Embora a saúde mental seja um fator chave, outras condições contribuem para o sono não reparador. Por exemplo:
- Higiene do sono inadequada: Uso de eletrônicos (luz azul) antes de dormir, horários irregulares, consumo de cafeína ou álcool à noite podem contribuir para uma noite de sono ruim. Por isso, recomenda-se adotar estratégias que ajudem o seu cérebro a entender que a hora de dormir está se aproximando, como luzes mais baixas, atividades relaxantes e alimentação leve.
- Condições médicas: Dor crônica, apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas e distúrbios hormonais podem interromper ou impedir o sono profundo. Nesses casos, é comum que a pessoa inclua remédios para induzir o sono durante o tratamento.
- Farmacologia: Certos medicamentos de uso contínuo, como corticoides e alguns antidepressivos, podem ter a insônia como efeito colateral.
Por que a insônia é prejudicial para a saúde?
Os impactos da insônia crônica vão muito além do cansaço diário; eles comprometem seriamente a saúde física e cognitiva. Na tabela abaixo, você entende como a insônia pode impactar a sua saúde.
| Como prejudica a saúde? | Por que prejudica a saúde? | |
| Saúde física | Risco cardiometabólico | Aumenta as chances de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. |
| Declínio imunológico | O sistema imune se recupera e se fortalece durante o sono; a privação o torna vulnerável. | |
| Saúde cognitiva | Déficit de concentração e memória | Prejuízo nas funções executivas, atenção, memória e capacidade de raciocínio lógico. |
| Segurança e desempenho | Risco de acidentes | A sonolência diurna aumenta a propensão a erros no trabalho e a acidentes automobilísticos ou domésticos. |
Ou seja: o sono é uma necessidade biológica vital para a manutenção das suas funções mais importantes.
O que fazer quando não consigo dormir?
Se você suspeita que está com insônia ou tem muita dificuldade para dormir, mesmo adotando estratégias de higiene do sono, é fundamental consultar um médico para receber o diagnóstico adequado. Dessa maneira, será possível traçar um tratamento específico para a sua condição, levando em consideração o seu histórico médico e de saúde.
Lembre-se: a insônia crônica é uma condição que degrada a qualidade de vida e a saúde. Por isso, devemos contar com o apoio de um profissional. Quer saber mais? Confira o nosso conteúdo sobre possíveis tratamentos e o risco da automedicação.