Quais são os tipos de epilepsia e como identificá-los

A epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado por descargas neuronais excessivas e síncronas, que acarreta crises epilépticas. No entanto, o diagnóstico abrange uma ampla variedade de tipos de epilepsia, que variam de acordo com seus sintomas, causas e manifestações clínicas.

Reconhecer os diferentes tipos de epilepsia, bem como os tipos de crise epiléptica, pode ajudar na definição de um tratamento mais eficaz. Por isso, a equipe do Mais Alívio preparou um conteúdo completo sobre o tema. Continue lendo e saiba mais!

 

Conheça os principais tipos de epilepsia

Quando falamos em epilepsia, é fundamental reconhecer a qual tipo de condição epiléptica estamos fazendo referência. Afinal, cada um dos diferentes tipos é caracterizado por manifestações específicas, o que afeta não apenas o diagnóstico da epilepsia, mas também a condução do tratamento.

A seguir, você conhece os principais tipos de epilepsia e seus tratamentos mais comuns.

 

Epilepsia estrutural

A epilepsia estrutural ocorre quando há alterações identificáveis no cérebro, como cicatrizes, malformações ou lesões decorrentes de traumatismos cranianos, tumores ou infecções neurológicas. 

O tratamento geralmente envolve medicamentos para epilepsia e, em alguns casos, cirurgia.

 

Epilepsia rolandica

A epilepsia rolandica é um tipo comum em crianças, caracterizada por crises focais que ocorrem principalmente durante o sono. Apesar de ser considerada benigna, pode afetar a qualidade de vida e o desempenho escolar.

Leia também: Como facilitar a administração de medicamentos para crianças com autismo e epilepsia

 

Encefalopatia epiléptica

Esse é um grupo de epilepsias graves que afetam o desenvolvimento cognitivo e neurológico da criança. Inclui síndromes como a de West e a de Lennox-Gastaut, que costumam ser resistentes a tratamentos convencionais.

A síndrome de Lennox-Gastaut geralmente se apresenta antes dos 4 anos de idade, podendo persistir na fase adulta. Suas causas incluem malformações cerebrais, esclerose tuberosa, asfixia perinatal, traumatismo cranioencefálico grave, entre outras, mas nem sempre são identificadas.

 

Epilepsia no lobo temporal

Esse tipo de epilepsia é caracterizado por crises focais originadas no lobo temporal, frequentemente associadas a sintomas como ações automáticas, alterações de consciência e sensações subjetivas estranhas. Pode ser causada por alterações estruturais detectáveis ou ter origem desconhecida (idiopática/genética).

 

Epilepsia mioclônica juvenil

Esse tipo é comum em adolescentes e se manifesta por crises mioclônicas (espasmos musculares rápidos), frequentemente ao despertar. O tratamento com medicamentos antiepilépticos pode controlar bem as crises.

 

Epilepsia de ausência

Caracterizada por episódios curtos de “desligamento” da consciência, é comum na infância e pode ser confundida com falta de atenção ou distração. A consulta com um profissional de saúde pode ajudar a identificar a verdadeira causa dessa condição, porém as crises de ausência são mais comuns em crianças de 4 a 10 anos e frequentemente desaparecem na adolescência.

 

Quais são os tipos de crises epilépticas e suas características?

As crises epilépticas podem ser classificadas de acordo com sua origem e manifestação. Nesse sentido, dividem-se em:

  • Crises focais: Originadas em uma região específica do cérebro, podendo ou não se espalhar para outras áreas. Podem causar alterações motoras, sensitivas ou emocionais. Em geral, não estão associadas à perda de consciência, mas ao enrijecimento de um dos lados do corpo. Ainda assim, podem evoluir para uma crise generalizada.

 

  • Crises generalizadas: Envolvem ambos os hemisférios cerebrais desde o início. Em geral, estão associadas a perda de consciência e prejuízo da percepção. Podem ou não gerar movimentos involuntários (espasmos).

 

  • Crises desconhecidas: Quando não é possível determinar sua origem exata. A partir de uma investigação mais aprofundada e da realização de exames, porém, a equipe médica poderá entender melhor a origem da crise.

 

Entender o tipo de crise epiléptica ajuda não só na construção de um plano de tratamento mais eficiente, mas também na proteção da pessoa durante o momento da crise. Assim, é fundamental manter um registro dessas ocorrências, informando o máximo de detalhes possível.

 

Comorbidades associadas à epilepsia

Não raro, pessoas diagnosticadas com epilepsia também apresentam outras condições neurológicas e psiquiátricas associadas, conhecidas como “comorbidades”. O transtorno do espectro autista, o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade e os transtornos psiquiátricos são os exemplos mais comuns.

 

Transtorno do Espectro Autista (TEA) e epilepsia

O transtorno do espectro autista está associado à epilepsia em cerca de 30% dos casos de crianças diagnosticadas, de acordo com um estudo publicado no Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology. O número é mais expressivo em indivíduos com deficiência intelectual ou dificuldades severas de comunicação.

Acredita-se que fatores genéticos e alterações no desenvolvimento cerebral podem estar envolvidos na associação entre ambas as condições neurológicas. No entanto, o risco para esses indivíduos é maior, uma vez que as crises epilépticas em pessoas com TEA podem agravar os sintomas comportamentais, tornando o diagnóstico e o tratamento mais desafiadores.

 

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O TDAH é uma das comorbidades mais prevalentes da epilepsia, mas a associação entre as condições ainda é pouco estudada. Uma pesquisa que avaliava os estudos publicados sobre essa associação identificou que o diagnóstico de TDAH poderia estar presente em até 64,9% dos casos de epilepsia.

Acredita-se que a relação pode ser explicada pelo impacto das descargas epilépticas no cérebro em desenvolvimento, especialmente em regiões associadas à regulação da atenção e do comportamento. Além disso, alguns medicamentos utilizados no tratamento da epilepsia podem afetar a cognição, o que pode agravar os sintomas de desatenção.

 

Transtornos psiquiátricos 

A prevalência de transtornos psiquiátricos em pessoas com epilepsia é consideravelmente maior do que na população geral, de acordo com os dados de uma pesquisa publicada na Revista Médica de Minas Gerais. De acordo com os pesquisadores, até 70% dos indivíduos diagnosticados com epilepsia também apresentam algum déficit cognitivo ou alterações de humor e, em menor incidência, psicoses. 

A depressão é uma comorbidade especialmente comum, uma vez que fármacos anti-crise podem afetar negativamente o humor. Um estudo com adultos com 18 anos ou mais identificou que pessoas com epilepsia tinham duas vezes mais chances de relatar sentimentos de depressão em comparação àqueles sem epilepsia. E pacientes com epilepsia do lobo temporal apresentam maior risco de transtornos psiquiátricos devido à vulnerabilidade do sistema límbico.

 

Campanha “Epilepsia em foco”

O Mais Alívio criou a campanha “Epilepsia em Foco”, uma iniciativa que visa apoiar a causa, destacando a importância da solidariedade e do acesso à informação de qualidade.

A campanha promove ações que vão desde materiais informativos sobre a doença até o acolhimento de familiares de pessoas diagnosticadas, reforçando nosso compromisso como Programa de Suporte e Benefícios para Pacientes em ajudar as famílias.

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