De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país líder em casos de ansiedade no mundo: mais de 18 milhões de brasileiros (cerca de 9,3% da população) sofre com o transtorno.
Embora seja uma condição comum e com diferentes formas de tratamento, há casos em que a ansiedade pode exigir o uso de medicamentos específicos. Neste texto, você entende quais casos são esses e como a medicação pode ser uma aliada na construção do bem-estar.
O que é a ansiedade?
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de perigo ou estresse — ou seja, um estado de alerta no nosso cérebro que visa aumentar o nosso cuidado e a nossa proteção.
No entanto, quando essa resposta se torna constante, intensa e desproporcional, sendo ativada mesmo que não haja uma ameaça real, ela passa a configurar um transtorno.
Nesse caso, os sintomas — como a preocupação excessiva, a insônia, a tensão muscular, os pensamentos acelerados e catastróficos etc. — são, além de mais comuns, mais agressivos, chegando a prejudicar atividades cotidianas como dormir, comer, sair de casa etc. Em níveis mais graves, o transtorno de ansiedade pode acarretar outros problemas físicos e psicológicos.
Quais são os tratamentos para a ansiedade?
A ansiedade deve ser tratada a partir de uma abordagem multidisciplinar. Nesse sentido, os principais pilares do tratamento são:
- Psicoterapia: O acompanhamento com um terapeuta e/ou um psiquiatra ajuda a identificar gatilhos e modificar padrões de pensamento disfuncionais.
- Mudança de hábitos e estilo de vida: Sono regular, prática de atividade física, técnicas de respiração e gerenciamento do estresse são alguns dos hábitos que podem ser adotados para mitigar os efeitos da ansiedade.
- Alimentação equilibrada: Evitar excesso de cafeína, álcool e ultraprocessados também pode ajudar a diminuir a sensação de alerta constante, reduzindo sintomas ansiosos.
- Uso de medicamentos: O tratamento com fármacos, quando indicado e acompanhado por um profissional de saúde, pode ajudar a modular neurotransmissores como serotonina, noradrenalina e GABA e a mitigar alguns dos sintomas da ansiedade.
Quando o tratamento medicamentoso para ansiedade é indicado?
Diante do diagnóstico de transtorno de ansiedade, pode ser necessário iniciar, em associação com outros tipos de terapia, o uso de medicamentos. Isso acontece sobretudo em casos nos quais os sintomas são mais intensos, comprometendo significativamente a qualidade de vida da pessoa. Por exemplo, quando:
- Os sintomas são persistentes há meses, mesmo com a psicoterapia e com mudanças no estilo de vida;
- Há a presença de crises de pânico, pensamentos catastróficos e a sensação constante de perda de controle;
- Sintomas como a insônia grave ou a falta de apetite são recorrentes, atrapalhando o cotidiano e até a realização de outras atividades;
- Há riscos à segurança da pessoa diagnosticada, como em casos de pensamentos suicidas, automutilação ou uso abusivo de substâncias para “aliviar” a ansiedade.
Mas lembre-se: a decisão de iniciar um tratamento medicamentoso deve ser acompanhada por um profissional de saúde que avaliará o seu histórico médico. Além disso, ela não significa que outras formas de tratamento são dispensáveis.
Quais são os medicamentos mais usados para ansiedade?
Dentre os medicamentos mais usados no tratamento do transtorno de ansiedade, estão:
- Ansiolíticos: Usados para o alívio imediato da ansiedade aguda ou crises de pânico, costumam ser uma opção adotada no curto prazo, já que há risco de dependência. Alguns exemplos são o Diazepam, o Clonazepam, e o Alprazolam.
- Antidepressivos: Usados como parte do tratamento contínuo da ansiedade generalizada. Os efeitos podem demorar um pouco mais para serem sentidos e podem causar efeitos colaterais desconfortáveis, como mudanças no apetite, sonolência, perda da libido etc. Os mais comuns são: Fluoxetina, Sertralina, Escitalopram, Venlafaxina e Duloxetina.
- Betabloqueadores: Indicados sobretudo nos casos em que há necessidade de controle de sintomas físicos, como taquicardia ou tremores. Um exemplo é o Propranolol.
Esses medicamentos devem sempre ser prescritos e acompanhados por um médico, uma vez que é necessário fazer o ajuste correto de dose, o monitoramento de efeitos colaterais e, em alguns casos, a retirada gradual.
Cannabis e ansiedade: qual a relação?
A cannabis medicinal vem ganhando cada vez mais espaço no tratamento de diferentes condições de saúde, como o Parkinson, o autismo, a epilepsia e, é claro, a ansiedade. Ela se destaca como uma alternativa aos tratamentos medicamentosos tradicionais por apresentar resultados eficazes no controle e na recorrência das crises de ansiedade, além de ter efeitos colaterais mais leves.
Diferentes pesquisas apontam que o canabidiol (CDB) tem efeito ansiolítico, anti-inflamatório e relaxante, sem causar alteração de consciência. Ou seja: pode ajudar a mitigar os sintomas de ansiedade, mas, por não ter o princípio alucinógeno ativo, não traz prejuízos à saúde.
O uso de substâncias à base de cannabis também pode ajudar a melhorar o sono e aumentar a sensação de bem-estar. No entanto, é fundamental que a prescrição seja feita por um profissional habilitado.
Acho que tenho transtorno de ansiedade. O que fazer?
Em primeiro lugar, mantenha em mente que a ansiedade tem tratamento — e ele não precisa ser igual para todo mundo. Medicação, psicoterapia, mudanças de estilo de vida e alternativas naturais podem (e devem) caminhar juntas. O mais importante é saber que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, e sim de autocuidado.
Se os sintomas estão afetando sua qualidade de vida, conversar com um profissional de saúde é o primeiro passo. Assim, você consegue receber a orientação necessária para o seu caso, levando em consideração o seu histórico de saúde, seus sintomas e suas necessidades.
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