Tratamento medicamentoso no autismo: quando iniciar e o que levar em consideração

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta o funcionamento do cérebro. Em geral, é identificado ainda na infância, a partir da manifestação de alguns sinais característicos, como o atraso ou a dificuldade de comunicação, questões sensoriais ou comportamentos restritivos ou repetitivos.

O diagnóstico do TEA não é simples e, uma vez feito, propõe ainda outras questões complexas, como o melhor tipo de tratamento para o paciente e se será necessário a utilização ou não de uma medicação.

 

O uso de medicamentos para autismo é comum?

Nem sempre. O uso de medicamentos para o transtorno do espectro autista pode ser recomendado em alguns casos, como quando o sujeito diagnosticado apresenta crises recorrentes. No entanto, quando não há sintomas que justifiquem o início da medicação, o tratamento é conduzido sem esse tipo de ferramenta.

Nesse sentido, é fundamental que familiares e pessoas próximas estejam atentos às “soluções” medicamentosas que frequentemente aparecem no mercado e não iniciem nenhum tipo de tratamento sem a recomendação médica adequada

 

Quando começar o uso de medicamentos para tratar TEA?

Não existe um momento único para começar o uso de psicofármacos no tratamento para autismo. Por isso, a necessidade do uso de medicamentos para o tratamento de autismo deve ser indicada por um profissional de saúde, depois da análise do caso do paciente. 

Nesse sentido, podemos suspeitar da necessidade de um tratamento medicamentoso quando o sujeito autista apresenta:

  • Crises de hiperatividade e/ou psicose;
  • Distúrbios que influenciam o sono;
  • Estereotipias, ou seja, movimentos repetitivos;
  • Fobia excessiva.

Caso seja necessário o tratamento medicamentoso, a sua manutenção deve ser recorrente e, de preferência, associada ao tratamento psicoterápico. Dessa maneira, é possível analisar os efeitos colaterais e a eficácia das ações tomadas de forma mais global na vida do paciente.

 

Quais são os tratamentos medicamentosos para o autismo?

O tratamento psicofarmacológico do TEA não é padrão, ou seja, não existe um único tratamento direcionado a todos os sintomas nucleares do autismo. Apesar dessa limitação, porém, esse tipo de tratamento pode oferecer uma série de benefícios, atuando na cognição, no humor e nos comportamentos agressivos do sujeito diagnosticado com autismo. 

Os estudos na área apontam que a opção pelo tratamento medicamentoso deve ser acompanhada de um especialista e pesar os riscos e benefícios. Uma vez que os agentes utilizados pertecem a diferentes grupos de medicação, eles podem afetar funções neurológicas e cerebrais que não estão diretamente ligadas ao TEA.

Importa mencionar, também, que os tratamentos medicamentosos não são necessários em todos os casos de autismo. Nesse sentido, é também função do especialista definir se os sintomas justificam a adoção de medicamentos.

Tratamento medicamentoso no autismo: quando iniciar e o que considera

 

O que é a risperidona e como ela é usada no tratamento para TEA?

A risperidona é um dos medicamentos mais indicados no tratamento para o autismo. Trata-se de um antipsicótico atípico ou de segunda geração, inicialmente aprovado para o tratamento da psicose e da bipolaridade. 

O seu uso se tornou cada vez mais amplo, abrangendo, com o passar dos anos, o tratamento da demência, do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno opositivo desafiador (TOD), além, é claro, do autismo.

A risperidona costuma ser usada para reduzir os comportamentos desafiadores, ou seja, as comorbidades do TEA associadas à agressividade — a si mesmo ou aos outros. No entanto, em geral, só é considerada quando a comorbidade pode colocar em risco a vida do sujeito com autismo ou das pessoas ao seu redor.

É uma medicação que enfrenta grande rigidez por parte das famílias, graças aos seus efeitos colaterais. Para além de deixar o sujeito diagnosticado com TEA mais letárgico, a risperidona também pode causar:

  • Ganho de peso substancial;
  • Alterações metabólicas, neurológicas e hormonais.

Nesse sentido, o uso da medicação deve ser acompanhado de exames constantes da pessoa com autismo. Assim, é comum que as famílias procurem opções mais naturais, ou outros medicamentos.

Reforçamos, no entanto, que o uso de qualquer medicação no tratamento para o TEA deve ser acompanhado por um profissional de saúde especializado. Assim, evita-se que o sujeito diagnosticado tenha uma piora na qualidade de vida ou lide com outros efeitos colaterais.

 

A cannabis é um tratamento para o TEA?

Os produtos de cannabis passaram a ser considerados uma opção para o tratamento de TEA, principalmente pela ação dos canabinóides no sistema nervoso central. O Sistema Endocanabinóide está ligado a funções excitatórias e inibitórias de neurotransmissores centrais, que, em geral, estão comprometidos nos pacientes portadores de TEA

Nesse sentido, o uso dos endocanabinoides teria como objetivo tratar as comorbidades associadas ao TEA, melhorando sintomas como hiperatividade, distúrbios do sono, ansiedade, agressividade etc. 

Por ser um tratamento considerado mais natural, costuma ser buscado quando outras medicações não foram tão eficazes e evitando os efeitos adversos causados por medicações usualmente utilizadas. As evidências científicas disponíveis apontam que o uso medicinal dos canabinoides traz uma melhora comportamental e cognitiva, podendo contribuir para o tratamento e a melhora dos global dos pacientes autistas.

 

Quais os benefícios do tratamento medicamentoso para o autismo?

Ainda assim, o uso de medicamentos, em alguns casos, e especialmente quando associado à terapia, pode auxiliar no desenvolvimento do paciente e na superação de desafios. Alguns dos principais benefícios são:

  • A redução de comportamentos agressivos;
  • A redução da hiperatividade;
  • A redução da irritabilidade;
  • A melhora da cognição;
  • A melhora do humor; etc.

O uso de medicamentos cura o TEA?

Não. O tratamento psicofarmacológico, isoladamente, não é responsável por “curar” o autismo. Isso acontece, em primeiro lugar, porque o tratamento medicamentoso é individualizado para cada diagnóstico, podendo ter efeitos diversos em cada paciente. Em segundo lugar, porque o transtorno do espectro autista não é considerado uma doença, ou seja, não tem cura.

 

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