A epilepsia é uma condição neurológica crônica que pode afetar indivíduos de todas as idades e, por isso, gera preocupações tanto para indivíduos diagnosticados quanto para seus cuidadores. Compreender as perspectivas futuras de uma pessoa com epilepsia, portanto, é uma forma de promover mais qualidade de vida e preparar a família para possíveis desafios.
Neste conteúdo, você entende desde os impactos em crianças diagnosticadas com epilepsia até os efeitos dessas condições em seus cuidadores e responsáveis. Além disso, tira dúvidas específicas, como possíveis sequelas, dificuldades de aprendizagem e consequências em atividades cotidianas, como trabalhar e dirigir.
Como é a vida de uma criança com epilepsia?
O diagnóstico de epilepsia costuma ser acompanhado por sentimentos de apreensão e insegurança, uma vez que essa condição de saúde tem impactos tanto na vida do paciente quanto na de seus cuidadores.
Crianças diagnosticadas enfrentam desafios específicos para o seu pleno desenvolvimento físico e social. Funções executivas — como a memória, a atenção, o planejamento e a resolução de problemas — podem ser afetadas, impactando as habilidades acadêmicas e cotidianas. Em alguns casos, também são observadas dificuldades de linguagem.
Esses desafios implicam em maiores chances de alterações comportamentais, como a hiperatividade, a ansiedade e a depressão. Por isso, é recomendado que o tratamento vá além do uso de medicamentos para epilepsia, focando em uma abordagem multidisciplinar. Um estudo observou que a investigação de fatores psicológicos tanto dos pacientes quanto de seus cuidadores pode possibilitar um tratamento mais eficaz.
No entanto, para que a qualidade de vida da criança com epilepsia melhore, também é preciso que seus cuidadores recebam suporte. Uma pesquisa identificou que o diagnóstico de epilepsia não só afeta a pessoa diagnosticada, mas também representa uma sobrecarga para os seus responsáveis, que sofrem impactos negativos nas relações sociais e no cotidiano.
Ainda assim, com o avanço das terapias e um manejo adequado do tratamento para epilepsia, é possível controlar as crises e levar uma vida plena. Nesse sentido, o cuidado contínuo e o acompanhamento médico regular são fundamentais para minimizar os impactos da condição e promover o bem-estar geral.
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Quais sequelas a epilepsia pode causar?
As crises epilépticas, quando ocorrem com frequência ou de maneira prolongada, podem resultar em consequências cognitivas e comportamentais. Alguns exemplos são a dificuldade de memória e atenção, além de alterações de comportamento.
Quem tem epilepsia tem dificuldade de aprendizagem?
Em alguns casos, sim. Crianças diagnosticadas têm maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de problemas acadêmicos, a depender do início da idade das crises e da sua severidade.
Essas dificuldades podem variar desde desafios leves até déficits específicos de aprendizagem, afetando o desempenho escolar e o desenvolvimento intelectual. Nesses casos, não é incomum a matrícula em escolas especiais, focadas em auxiliar o desenvolvimento acadêmico dessas crianças.
Uma pesquisa observou que a gravidade do quadro epiléptico é determinante para definir se uma criança deve ou não frequentar uma escola especial. No entanto, não podemos afirmar que casos mais graves também implicam em dificuldades maiores de aprendizagem mesmo quando a criança recebe o cuidado adequado. Nesse sentido, é necessário o acompanhamento médico e multidisciplinar para encontrar alternativas viáveis para cada caso.
É possível dirigir com epilepsia?
A possibilidade de conduzir veículos para pessoas com epilepsia depende do controle eficaz das crises e das regulamentações locais. De acordo com as normas do DETRAN, a pessoa diagnosticada deve apresentar, além do resultado de exames complementares, informações fornecidas pelo seu médico assistente — que deve acompanhá-la há no mínimo um ano.
Para pessoas com epilepsia que ainda fazem uso de medicamentos serem consideradas aptas a dirigir, é preciso:
- estar a um ano sem qualquer tipo de crise epiléptica;
- ter um parecer favorável do médico assistente;
- ser plenamente aderente ao tratamento.
Já para pessoas que estão em retirada de medicação, é preciso:
- não ter epilepsia mioclônica juvenil;
- estar, no mínimo há dois anos sem crises epilépticas de qualquer tipo;
- retirada de medicação mínima de seis meses;
- estar no mínimo há seis sem crises epilépticas de qualquer tipo após a retirada da medicação;
- ter parecer favorável do médico assistente.
Quais são os impactos da epilepsia no trabalho?
O diagnóstico de epilepsia também pode afetar negativamente a autoconfiança e a autonomia dos indivíduos, o que impacta a sua inserção e permanência no mercado de trabalho.
Um estudo que observou a qualidade de vida de pessoas com epilepsia que trabalhavam identificou que cerca de 43% ficavam preocupadas em perder o emprego, mas que apenas 22% foram afastadas devido à condição. Ainda assim, o índice de pessoas desempregadas era muito superior (69,4%) e, destes, 61,29% afirmaram que a epilepsia causou problemas para a realização de seu trabalho.
Esses números mostram que, embora, com o suporte adequado, a epilepsia seja uma condição manejável, ela também pode impactar negativamente a perspectiva de trabalho das pessoas diagnosticadas. Nesse cenário, é ideal contar com o suporte adequado e, quando necessário, adaptações no ambiente laboral. Além disso, também é fundamental que empregadores e colegas estejam informados sobre essa condição, para que o ambiente seja inclusivo e seguro.
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Como evitar os impactos negativos da epilepsia?
A forma mais eficaz de evitar os impactos negativos das crises de epilepsia é através do cuidado contínuo. Isso porque a interrupção do tratamento medicamentoso pode gerar piora nas crises e maior resistência aos anticonvulsivantes usados.
Assim, pode ser interessante contar com um Programa de Suporte ao Paciente, como o Mais Alívio. Por meio do nosso aplicativo, pacientes recebem apoio contínuo e podem contar com diferentes funcionalidades, como:
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- Acompanhamento da saúde: Registro de sintomas e sua intensidade, além de um diário para anotações seguras sobre crises e outros eventos relevantes.
- Conteúdo educativo e confiável: Artigos, vídeos e materiais informativos para esclarecer dúvidas sobre a condição.
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