Fibromialgia: sintomas, causas e tratamentos

A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta pela sensação de dor em todo o corpo, especialmente na musculatura. Bastante comum, a fibromialgia afeta cerca de 2 a 3% da população, com uma estimativa de até 6 milhões de pessoas no Brasil. No artigo abaixo, abordaremos os principais pontos sobre essa síndrome, que impacta a qualidade de vida de tantas pessoas.

 

O que é a fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome clínica não articular e não inflamatória, caracterizada pela dor generalizada e, em alguns casos, intensa. As dores podem ter duração superior a três meses, sumindo e voltando de acordo com gatilhos específicos, como estresse, desenvolvimento de outras doenças ou traumas. 

No passado, a fibromialgia é referida frequentemente como uma “síndrome de somatização”, e há alguns anos as discussões estavam centradas em descobrir se a dor sentida pelo paciente era real ou não. 

No entanto, estudos desde 1980 comprovam que trata-se de uma condição neurobiológica, causada por um mecanismo de sensibilização do sistema nervoso central à dor. Ou seja: não só a dor é real, ela pode ser observada a partir do funcionamento do cérebro.

A fibromialgia também é uma doença que atinge principalmente mulheres: o número de casos nesta população é 7 vezes maior do que na população masculina — o que pode dificultar o diagnóstico em homens. Não raro, acomete também pessoas com outras doenças reumáticas sistêmicas, o que também interfere no diagnóstico e no tratamento.

 

Quais são os sintomas da síndrome?

O principal sintoma da fibromialgia é a sensação de dor em todo o corpo, sobretudo na musculatura. Além disso, também podem ser observados:

  • Sintomas de fadiga recorrente;
  • Sono não reparador, o que significa que a pessoa acorda com a sensação de que não conseguiu descansar;
  • Alterações de memória e atenção;
  • Sintomas de ansiedade e depressão;
  • Alterações intestinais.

 

Uma importante característica da pessoa com fibromialgia é a sensibilidade ao toque, tanto pelo médico examinador quanto por outras pessoas, o que faz que pacientes evitem abraços e outras ações físicas. Isso acontece graças à sensibilização do sistema nervoso central à dor e pode impactar o cotidiano dessas pessoas.

 

Como é feito o diagnóstico de fibromialgia?

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, não sendo necessários exames específicos que comprovem existência da síndrome. Porém, é possível que o médico responsável pelo diagnóstico solicite alguns exames  físicos e laboratoriais com o objetivo, nesses casos, de eliminar outras causas e patologias para as dores apresentadas.

A principal especialidade médica a ser consultada é a reumatologia, e o diagnóstico pode ser feito a partir do processo de eliminação de outras doenças reumatológicas.

Em geral, os critérios considerados para o diagnóstico de fibromialgia incluem a presença de dor por mais de três meses em todo o corpo e a existência de pontos dolorosos na musculatura. Nesse caso, o paciente deve apresentar dor em pelo menos 11 dos 18 pontos pré-estabelecidos. Mais recentemente, o American College of Rheumatology (ACR) ampliou os critérios, incluindo uma avaliação mais abrangente da dor e dos sintomas gerais, considerando também a severidade dos sintomas (fadiga, distúrbios do sono e problemas cognitivos), e não apenas os pontos dolorosos.

 

Quais são as principais causas da fibromialgia?

Não existe uma única causa conhecida para a fibromialgia, mas estudos recentes apontam que pacientes diagnosticados com essa síndrome apresentam maior sensibilidade à dor. Isso significa que os estímulos dolorosos são mais intensos graças a uma desregulação do sistema nervoso.

A fibromialgia também pode se manifestar depois de eventos graves ou traumáticos, sejam eles físicos ou psicológicos. O mais comum é que o quadro tenha início com uma dor localizada e crônica, que então se expande para o resto do corpo.

 

Qual é o tratamento da fibromialgia?

O tratamento da fibromialgia pode seguir duas estratégias: a medicamentosa e a integrativa. 

No caso do tratamento medicamentoso, o objetivo é melhorar a dor do paciente e ajudá-lo a ter mais qualidade de vida, por exemplo, a partir do controle do sono e do estresse. Por isso, costumam ser usados antidepressivos, analgésicos,  anticonvulsivantes e produtos de Cannabis para controle dos sintomas.

No caso das terapias integrativas, as pessoas diagnosticadas adotam estratégias que ajudam a reduzir a dor e o estresse. Alguns exemplos são a fisioterapia, a terapia ocupacional e mesmo a psicoterapia. Esse tipo de tratamento pode ser positivo para a fibromialgia, pois auxilia o paciente a lidar com os gatilhos que geram as crises de dor.

As duas formas de tratamento podem ser adotadas de maneira simultânea, com o objetivo de promover uma maior qualidade de vida ao paciente.

 

A fibromialgia tem cura?

Não. A fibromialgia é uma condição de dor crônica, para a qual ainda não existem tratamentos que façam as dores cessarem definitivamente. No entanto, os sintomas podem ser controlados com o manejo adequado de terapias e medicamentos, além de estratégias que melhorem a rotina do paciente. A redução do estresse, por exemplo, pode auxiliar na melhora dos sintomas.

Ainda assim, a fibromialgia pode reaparecer a qualquer momento. Além disso, embora a sensação de dor constante possa diminuir, os pacientes costumam sempre apresentar pelo menos um grau leve dos sintomas.

Por isso, a adoção de tratamentos de longo prazo e mudanças nos hábitos de vida dos pacientes pode ser benéfica e necessária.

 

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