Dores crônicas e suas patologias: entenda

A dor crônica é uma condição clínica definida pela persistência da sensação dolorosa por um período superior a três ou seis meses, ultrapassando o tempo usual de recuperação de uma lesão aguda.  Diferente da dor aguda (um sintoma de alerta),…

A dor crônica é uma condição clínica definida pela persistência da sensação dolorosa por um período superior a três ou seis meses, ultrapassando o tempo usual de recuperação de uma lesão aguda. 

Diferente da dor aguda (um sintoma de alerta), a dor crônica é, por si só, uma doença, impactando sistemas neurológicos, emocionais e sociais do indivíduo. O manejo eficaz exige um diagnóstico preciso e uma abordagem multidisciplinar.

Neste post, detalhamos as principais patologias que se manifestam por dor crônica, seus mecanismos e as vias de tratamento estabelecidas.

Neuropatias e dor neuropática

A dor neuropática é causada por uma lesão ou disfunção no sistema nervoso central ou periférico. Ocorre quando os nervos disparam sinais de dor incorretamente ou em excesso, sem que haja um estímulo nocivo claro.

  • Exemplos comuns: Neuropatia diabética, dor pós-herpética, neuralgias do trigêmeo e dor pós-AVC.
  • Sintomas característicos: Sensações de queimação, choque elétrico, formigamento ou agulhadas (parestesias) e alodinia (dor causada por um toque que normalmente não seria doloroso).

O diagnóstico baseia-se na história clínica, exame neurológico detalhado e, frequentemente, testes de condução nervosa.

Além disso, o tratamento tradicional inclui anticonvulsivantes (como gabapentina ou pregabalina) e antidepressivos tricíclicos ou inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs), que atuam modulando os sinais nervosos. Bloqueios nervosos e terapias complementares também podem ser indicados.

Fibromialgia

A Fibromialgia é uma síndrome de dor crônica generalizada caracterizada por dor musculoesquelética difusa (em ambos os lados do corpo, acima e abaixo da cintura) e sensibilidade em pontos específicos (chamados de “tender points”). Seu mecanismo envolve a amplificação central da dor, ou seja, uma hipersensibilidade do sistema nervoso a estímulos de dor.

  • Sintomas característicos: Dor crônica, fadiga persistente, distúrbios do sono, ansiedade e névoa cerebral (dificuldade de concentração).

O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado nos critérios de dor generalizada e na exclusão de outras condições que possam mimetizar os sintomas.

Já o tratamento convencional costuma envolver uma combinação de farmacoterapia (antidepressivos, relaxantes musculares e, ocasionalmente, analgésicos), exercícios aeróbicos de baixo impacto e terapia cognitivo-comportamental (TCC).

Artrite reumatoide (AR) e Osteoartrite (OA)

Estas são as formas mais comuns de dor crônica articular:

  • Artrite reumatoide (AR): É uma doença autoimune e inflamatória que ataca as articulações, causando inflamação, dor, inchaço e, potencialmente, deformidades.
  • Osteoartrite (OA): É uma doença degenerativa na qual a cartilagem das extremidades ósseas se desgasta progressivamente.

O diagnóstico da AR requer exames de sangue para identificar marcadores inflamatórios e autoanticorpos (Fator Reumatoide, Anti-CCP). Já o diagnóstico da OA é predominantemente radiológico e clínico.

Quando falamos em tratamentos tradicionais para a AR, utiliza-se drogas antirreumáticas modificadoras da doença (DMARDs) e agentes biológicos para controlar a inflamação. Para a OA, por outro lado, o foco é em anti-inflamatórios (AINEs), fisioterapia e, em casos avançados, substituição articular (próteses).

Dor crônica associada à Esclerose Múltipla (EM)

A EM é uma doença autoimune do sistema nervoso central que danifica a mielina (a capa protetora dos neurônios). A dor pode ser neuropática (devido ao dano nervoso) ou musculoesquelética (resultante da rigidez e espasmos musculares, conhecidos como espasticidade).

O diagnóstico é feito por ressonância magnética e análise do líquor. O tratamento convencional é frequentemente feito com relaxantes musculares (como baclofeno e tizanidina). Fisioterapia e terapia ocupacional são cruciais para manter a função motora.

Tratamentos alternativos para dor crônica

O tratamento da dor crônica é complexo e deve ser individualizado. A meta dos profissionais de saúde deve ser, sempre, o alívio da dor, a melhora funcional e a otimização da qualidade de vida. 

Quando as terapias convencionais (farmacológicas, fisioterapêuticas e psicológicas) não atingem a eficácia desejada ou causam efeitos adversos intoleráveis, abordagens terapêuticas complementares, incluindo fitoterápicos baseados em canabinoides, podem ser consideradas sob estrita supervisão médica.

O tratamento com a Cannabis medicinal vem apresentando resultados promissores em diferentes condições de saúde, dentre elas a dor crônica. A diminuição dos episódios e da intensidade da dor, bem como a melhora da qualidade de vida em geral, são fatores que colaboram para que esta seja uma alternativa viável e segura para a maioria dos pacientes.

Quer saber mais? Comece entendendo o que é o sistema endocanabinoide e o seu papel na regulação de diferentes funções do organismo — e como os produtos à base de Cannabis medicinal atuam nesse sistema.

Informação que acolhe,
conhecimento que transforma.

Descubra conteúdos confiáveis e atuais sobre saúde, bem-estar, temas e outras abordagens. Aqui você encontra artigos cuidadosamente preparados para te ajudar a aprender e se conectar com histórias de afeto.