Cannabis medicinal e câncer: Entenda como ela pode ajudar no tratamento

A busca por soluções que ofereçam mais conforto e bem-estar para pacientes durante o enfrentamento do câncer é constante. E, nos últimos anos, a Cannabis medicinal se tornou um tema central de discussão e pesquisa, oferecendo uma nova perspectiva para…

A busca por soluções que ofereçam mais conforto e bem-estar para pacientes durante o enfrentamento do câncer é constante. E, nos últimos anos, a Cannabis medicinal se tornou um tema central de discussão e pesquisa, oferecendo uma nova perspectiva para quem passa por tratamentos oncológicos desafiadores.

A Cannabis medicinal é reconhecida por seu potencial em aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida, atuando como um poderoso suporte terapêutico. 

Por que a Cannabis medicinal pode ajudar pacientes oncológicos?

Para entender o funcionamento da Cannabis, é preciso conhecer o Sistema Endocanabinoide (SEC): uma complexa rede de sinalização que ajuda a manter o equilíbrio interno (homeostase), regulando funções cruciais como dor, humor, apetite e resposta imunológica.

Os canabinoides da Cannabis sativa interagem com os receptores do SEC (principalmente CB1 e CB2), localizados em diversas células, incluindo as do sistema imunológico e do sistema nervoso. Essa interação é a chave para os benefícios percebidos por muitos usuários.

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Como a Cannabis medicinal auxilia pessoas com câncer?

A principal atuação da Cannabis no cuidado oncológico é no manejo de sintomas associados tanto à condição quanto aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia.

1. Náuseas e vômitos

Talvez a aplicação mais conhecida, o uso de canabinoides para náuseas e vômitos é apoiado por décadas de pesquisa.

O tetrahidrocanabinol (THC) é o principal canabinoide responsável por este alívio, porque atua nos receptores do cérebro que controlam o reflexo do vômito, acalmando o sistema digestivo e trazendo alívio. 

Nos Estados Unidos e em outros países, medicamentos sintéticos à base de THC (como o dronabinol e a nabilona) são aprovados pelo órgão regulador (FDA) especificamente para tratar esses sintomas quando outros antieméticos falham.

2. Controle da dor

A dor é um sintoma comum e muitas vezes difícil de controlar em pessoas que passam por um tratamento oncológico. A Cannabis medicinal oferece uma alternativa ou um complemento importante aos analgésicos tradicionais (como os opioides).

A combinação de canabidiol (CBD) e THC tem se mostrado eficaz para este fim, pois o THC possui fortes propriedades analgésicas, e o CBD ajuda a modular a inflamação e a potencializar o efeito do THC, minimizando seus efeitos psicoativos.

Além disso, ao reduzir a intensidade da dor, a Cannabis permite que a pessoa tenha um sono de melhor qualidade e uma rotina mais funcional.

3. Estímulo do apetite

O tratamento do câncer pode levar à caquexia, uma síndrome de perda de peso, massa muscular e força, que afeta significativamente a recuperação.

Nesse cenário, a Cannabis medicinal é uma aliada porque o THC é conhecido por sua capacidade de aumentar o apetite. Ao estimular a ingestão de alimentos, a Cannabis pode ajudar a manter o peso corporal e a ingestão calórica adequada, pontos cruciais para a força e resistência durante o tratamento.

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A Cannabis medicinal pode curar o câncer?

Muitas pessoas procuram a Cannabis pela esperança de que ela possa atacar as células cancerosas e “curar” o paciente. No entanto, é preciso abordar esse tema com rigor científico e transparência:

Em modelos de laboratório (in vitro e em animais) e estudos pré-clínicos, alguns canabinoides, como o CBD e o THC, mostraram potencial para:

  • Impedir/frear a multiplicação descontrolada das células cancerígenas;
  • Induzir a morte celular (pro-apoptose) de células anormais;
  • Reduzir a capacidade de migração das células para outras partes do corpo.

No entanto, até o momento, não há estudos clínicos em larga escala com humanos que comprovem que a Cannabis medicinal, sozinha, possa curar o câncer, ou mesmo substituir o tratamento convencional (cirurgia, quimioterapia, radioterapia). 

Por isso, os tratamentos antineoplásicos convencionais, comprovados e protocolados, não devem ser interrompidos em favor da Cannabis. Nesse contexto, ela deve ser vista como uma terapia adjuvante, ou seja, um valioso complemento que melhora a tolerância ao tratamento e a qualidade de vida geral.

Quais cuidados tomar com a Cannabis medicinal em pessoas com câncer?

O uso de produtos à base de Cannabis é geralmente considerado seguro, mas requer acompanhamento profissional, especialmente para quem já utiliza uma complexa rotina de medicamentos. Os riscos podem incluir:

1. Interação medicamentosa

A interação medicamentosa é um ponto importante quando falamos do tratamento do câncer. Os canabinoides, especialmente o CBD, são metabolizados no fígado por enzimas do citocromo P450. Essas mesmas enzimas processam muitos medicamentos quimioterápicos.

Isso significa que o uso da Cannabis, quando não acompanhado por um profissional, pode aumentar ou diminuir a concentração desses medicamentos no sangue, alterando sua eficácia ou toxicidade. 

Por isso, é fundamental que o profissional de saúde responsável pelo cuidado oncológico seja informado sobre o uso da Cannabis, para que ele possa monitorar e ajustar as dosagens de todos os remédios, garantindo a segurança.

2. Efeitos adversos

Os efeitos adversos da Cannabis medicinal são geralmente leves e temporários. Eles incluem:

  • CBD: Pode causar sonolência, fadiga e, ocasionalmente, alterações no apetite.
  • THC: Pode causar tontura, boca seca e, em dosagens elevadas e sem acompanhamento, ansiedade ou paranoia.

A orientação médica especializada é essencial para determinar a dosagem, a via de administração e a proporção de CBD e THC ideais para a sua necessidade, maximizando os benefícios e minimizando os efeitos indesejados.

Como o Mais Alívio pode ajudar?

O Mais Alívio é um programa de suporte ao paciente que tem como principal objetivo acompanhar a sua jornada de tratamento. Pessoas que estão passando pelo tratamento oncológico podem contar com benefícios como:

  • Gerenciamento da medicação: Lembretes de doses, informações sobre medicamentos e acompanhamento da adesão ao tratamento.
  • Monitoramento da saúde: Acompanhamento dos sintomas, sua intensidade e diário de bordo para registro em ambiente seguro dos acontecimentos com o paciente.
  • Agenda de saúde: Cadastre consultas, exames e compras de medicamentos, reduzindo esquecimentos e garantindo que você siga o tratamento corretamente.
  • Caixa de remédios: Visualize todos os medicamentos em uso e seu estoque, assim como análise de interação medicamentosa. Assim, você tem mais segurança e menos chances de administrar algum medicamento de forma incorreta.

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