A interação medicamentosa ocorre quando o efeito de um medicamento é alterado pela presença de outra substância, seja outro remédio, alimento, bebida, tabaco ou até suplementos naturais.
Essas combinações podem reduzir a eficácia do tratamento ou aumentar o risco de efeitos adversos, algumas vezes de forma grave. Entender os tipos de interação e como preveni-las é fundamental para garantir a segurança e a eficácia do uso dos medicamentos.
O que é interação medicamentosa?
A interação medicamentosa é um evento clínico no qual o efeito de um medicamento é alterado pela presença de outro agente — que pode ser outro medicamento, ou mesmo um alimento, uma bebida ou uma substância (como álcool, tabaco, fitoterápicos etc.).
Essa alteração pode reduzir ou potencializar o efeito terapêutico desejado, e, em alguns casos, provocar reações adversas inesperadas.
Quais são os tipos de interação medicamentosa?
A interação medicamentosa pode acontecer em dois momentos: durante a fase farmacológica — ou seja, as etapas pelas quais um medicamento passa desde que é administrado até ser eliminado do corpo — ou a partir da combinação entre substâncias.
A gestão dos medicamentos, quando feita de maneira incorreta, também pode contribuir para mudanças na ação da formulação. A seguir, entenda melhor como cada uma delas funciona.
Interações pela fase farmacológica
As interações que acontecem na fase farmacológica estão relacionadas ao percurso do medicamento no organismo. Isso significa que os medicamentos podem sofrer alterações antes, durante ou depois de serem administrados, quando combinados a outras medicações.
1. Farmacêutica
A fase farmacêutica é a que ocorre fora do organismo, quando se misturam medicamentos (por exemplo, em um frasco de soro), causando precipitação ou alteração visual do preparado.
2. Farmacocinética
A fase farmacocinética está relacionada à maneira como o corpo absorve um medicamento. Nesse sentido, interações medicamentosas podem causar modificações na absorção, distribuição, metabolização ou excreção de um fármaco (alterando sua concentração, duração ou efeito).
3. Farmacodinâmica
A fase farmacodinâmica, por fim, diz respeito aos efeitos bioquímicos/fisiológicos, isto é, ao modo como os medicamentos agem no corpo. Em casos de interação medicamentosa, pode haver sinergismo (adição, somação ou potencialização) ou antagonismo (redução do efeito) entre substâncias.
Interações pelo tipo de combinação de substâncias
As interações medicamentosas causadas pela combinação de substâncias é a mais comum, sobretudo para pessoas que precisam tomar diversas medicações. Elas também se subdividem em três tipos:
- Interação Medicamento – Medicamento: Neste caso, a pessoa consome mais de um medicamento, que pode alterar o funcionamento do outro.
- Interação Medicamento – Alimento: Alguns alimentos alteram a absorção, o metabolismo ou o efeito de um medicamento. É o caso, por exemplo, do consumo dos derivados do leite com alguns medicamentos antibióticos, como mostram pesquisas na área.
- Interação Medicamento – Drogas: A interação com o álcool, o tabaco e outras substâncias também pode gerar efeitos colaterais negativos e, em alguns casos, fatais.
Quais são os principais riscos da interação medicamentosa?
As interações medicamentosas tem o potencial de causar:
- Redução ou aumento inesperado do efeito terapêutico;
- Efeitos colaterais leves, como dor de estômago, tontura, confusão mental, hemorragias, alterações na pressão arterial, arritmias, etc.;
- Reações graves ou fatais como convulsões, coma, parada cardiorrespiratória.
Os grupos de maior risco incluem idosos, pacientes com doenças crônicas, usuários polimedicados (que usam cinco ou mais medicamentos ao mesmo tempo), ou com comprometimento hepático/renal.
Há, no entanto, casos onde a interação é usada intencionalmente, de forma benéfica, como na associação de anti-hipertensivos com diuréticos para potencializar o controle da pressão. Nessas situações, porém, é indispensável o acompanhamento médico, para evitar reações adversas.
O que fazer quando medicamentos não podem interagir?
É improvável que um profissional de saúde recomende medicamentos que não podem ter nenhum tipo de interação para serem usados juntos. Para evitar que isso aconteça, contudo, você deve informar com antecedência ao profissional de saúde ou farmacêutico que já faz uso de outras substâncias.
Nos casos em que for receitado um medicamento que não pode interagir com outro, já usado, o melhor caminho é consultar um médico ou um farmacêutico antes de iniciá-lo.
E lembre-se: a automedicação é uma prática que pode ser prejudicial à saúde, sobretudo pelo risco de interação medicamentosa.
Como saber se posso tomar dois remédios juntos?
Existem algumas maneiras de verificar se você pode tomar duas medicações ao mesmo tempo. A mais comum é pedir ao médico ou farmacêutico para verificar as potenciais interações.
Ler a bula dos medicamentos e seguir instruções específicas sobre administração conjunta também é uma maneira de evitar interações e reações não desejadas. Em caso de dúvidas, entre em contato com o profissional de saúde que te receitou aquela formulação.
Por fim, você pode contar com o aplicativo do Mais Alívio. A nossa plataforma é 100% gratuita e, nela, ao cadastrar seus medicamentos, você descobre se eles podem interagir de forma prejudicial à saúde e recebe orientações sobre o que fazer. Baixe o aplicativo agora e tenha o cuidado de que precisa na palma da sua mão!