O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Cada pessoa com TEA é única, o que torna essencial conhecer suas características individuais para oferecer o suporte adequado. Entre as manifestações mais comuns, estão a ecolalia, a seletividade alimentar e as estereotipias, que exploraremos em detalhes neste artigo.
Entendendo o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
O TEA abrange uma ampla variedade de sinais e sintomas, que podem variar em intensidade e impacto na vida da pessoa. Entre os mais comuns estão dificuldades na comunicação verbal e não verbal, comportamentos repetitivos, resistência a mudanças na rotina e respostas atípicas a estímulos sensoriais. O diagnóstico precoce e o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar são fundamentais para o desenvolvimento e bem-estar do paciente.
Ecolalia no autismo: o que é e como lidar
A ecolalia é a repetição de palavras ou frases ouvidas anteriormente, podendo ser imediata (logo após ouvir) ou tardia (após horas ou dias). Embora possa parecer apenas uma repetição sem sentido, a ecolalia pode ter funções importantes no desenvolvimento da linguagem, servindo como recurso de comunicação ou regulação emocional.
Como identificar:
- Repetição de perguntas em vez de respondê-las;
- Reprodução de falas de desenhos, comerciais ou músicas;
- Repetição de comandos antes de executar a ação.
Estratégias de suporte:
- Fonoaudiologia com foco no desenvolvimento da linguagem funcional;
- Uso de comunicação alternativa (PECS, aplicativos);
- Integração com outras terapias para ampliar as funções comunicativas.
Seletividade alimentar no autismo: desafios e caminhos
A seletividade alimentar no autismo é uma condição frequente, em que a criança recusa certos alimentos com base na textura, cor, temperatura ou sabor. Essa recusa vai além de uma “frescura” ou preferência alimentar, sendo muitas vezes relacionada às dificuldades sensoriais alimentares e rigidez cognitiva.
Como identificar:
- Preferência excessiva por alimentos de uma mesma cor ou textura;
- Recusa persistente de novos alimentos (neofobia);
- Restrito repertório alimentar, mesmo com fome.
Estratégias de suporte:
- Intervenções nutricionais aliadas a acompanhamento fonoaudiológico e terapêutico;
- Introdução gradual de alimentos, com exploração sensorial;
- Participação ativa da família, com ambientes tranquilos e previsíveis nas refeições.
Estereotipias: compreendendo comportamentos repetitivos no TEA
As estereotipias são comportamentos repetitivos e padronizados, que podem ser motores (como balançar o corpo, bater as mãos) ou vocais (sons repetitivos, ecolalia, repetir frases). Elas fazem parte da regulação emocional no TEA e não devem ser automaticamente interrompidas, pois podem ter funções importantes para o bem-estar da pessoa.
Como identificar:
- Comportamentos repetitivos em contextos específicos (alegria, ansiedade);
- Presença de padrões sensoriais ou motores sem função aparente;
- Comportamentos mais intensos em situações de estresse.
Estratégias de suporte:
- Intervenções comportamentais com abordagem respeitosa e individualizada;
- Criação de espaços seguros para descompressão sensorial;
- Observação de gatilhos e oferta de alternativas quando a estereotipia for autolesiva ou interferir nas atividades.
Tratamentos e a alternativa no cuidado
O tratamento das manifestações do autismo pode envolver uma combinação de terapias multidisciplinares (fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, ABA) e, em alguns casos, medicamentos. O uso medicinal da cannabis, especialmente o uso do canabidiol (CBD), tem sido estudada como uma alternativa eficaz para controlar sintomas como irritabilidade, distúrbios do sono e crises de agressividade, com bons resultados em casos refratários. Leia mais sobre o tema na matéria – Cannabis e autismo: conheça essa possibilidade de tratamento.
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